domingo, 28 de novembro de 2010

Marina Silva: A Vida por uma causa

Marina Osmarina Marina Silva de Lima, mais conhecida somente como Marina Silva, nasceu em 8 de fevereiro de 1958 no Seringal Bagaço, no Acre. Seus pais nordestinos tiveram 11 filhos, onde 3 deles morreram. A mãe de Marina morreu quando ela tinha apenas 15 anos e Marina levantava as 4 horas da manhã para preparar o café para o pai e para os irmãos irem colher o látex das seringueiras, que logo mais, era ela quem ia ajudar a família, buscá-lo também.
Na adolescência ela queria ser freira, e foi por esse sonho que ela decidiu ir aprender a ler e a escrever, aos 16 anos, porém com essa mesma idade ela contraiu hepatite, uma das três que ela viria a ter devido aos medicamentos que ela tomava para Malária, que eram muito fortes. Foi para tratar a hepatite que ela foi para a capital do Acre, Rio Branco, e lá começou a estudar e se dedicar a vida religiosa. Desse período que ela começou a se alfabetizar passaram-se 10 anos até ela se formar em História pela Universidade Federal do Acre e posteriormente fez uma pós graduação em Psicopedagogia.
Nessa época do Mobral, Marina se inscreveu em um curso de “Liderança Rural” e lá conheceu Chico Mendes. Passou a ter contato com as idéias da Teologia da Libertação e a participar das Comunidades Eclesiais de Base, ali ela percebeu que o Acre precisava dela e resolveu largar seu sonho de ser freira e a lutar pelos seringueiros.
Em 1984 ajudou a fundar a CUT (Central Única dos Trabalhadores) no Acre. Chico Mendes foi o primeiro coordenador da entidade e Marina a vice-coordenadora.
Filiada ao PT, Marina disputou seu primeiro cargo público, em 1986, ao concorrer uma vaga na Câmara dos Deputados. Ficou entre os cinco mais voltados, mas o partido não atingiu o quociente eleitoral mínimo exigido. Os sucessos eleitorais vieram dois anos mais tarde, ao se eleger vereadora, a mais votada em Rio Branco.
Em 1990 tornou-se deputada estadual, novamente com votação recorde. Em 1994, aos 36 anos, chegou a Brasília como a senadora mais jovem da história da República. Foi reeleita em 2002 com votação quase três vezes superior à anterior.
No Senado, foi a primeira voz a defender a importância de o governo assumir metas para redução das emissões de gases do efeito estufa. Em 2009, o Planalto anunciou, finalmente, a adoção dessas metas. Também cobrou do Executivo federal e do Congresso a inclusão da meta brasileira, com os percentuais para a redução das emissões de gases do efeito estufa até 2020, no Plano Nacional de Mudanças Climáticas, que seria aprovado e sancionado pelo presidente antes da realização da Conferência de Clima (COP15), em dezembro, em Copenhague.
No Ministério do Meio Ambiente, Marina Silva trabalhou por políticas estruturantes baseadas em quatro diretrizes básicas: 1) maior participação e controle social; 2) fortalecimento do sistema nacional de meio ambiente; 3) transversalidade nas ações de governo; 4) promoção do desenvolvimento sustentável.
No governo do presidente Lula, Marina buscou transformar a questão ambiental em uma política de governo, que quebrasse o tradicional isolamento da área. Foi assim que o governo passou a exigir, nos projetos hidrelétricos a serem leiloados, a obtenção da licença prévia para que a viabilidade ambiental dos empreendimentos fosse avaliada antes da concessão para a exploração privada. Também baseado nessa diretriz, o ministério, por intermédio do Ibama, passou a ser ouvido prioritariamente antes da licitação dos blocos de petróleo.
Em 13 de maio de 2008, pediu demissão do ministério. Em carta ao presidente Lula, afirmou que deixava o cargo por conta das dificuldades que enfrentava dentro do governo. “Esta difícil decisão, Sr. Presidente, decorre das dificuldades que tenho enfrentado há algum tempo para dar prosseguimento à agenda ambiental federal”, afirmava Marina, que voltou para o Senado.
Em 19 de agosto do ano passado deixou o PT. Em comunicado ao partido, manifestou seu desacordo com uma “concepção do desenvolvimento centrada no crescimento material a qualquer custo, com ganhos exacerbados para poucos e resultados perversos para a maioria, ao custo, principalmente para os mais pobres, da destruição de recursos naturais e da qualidade de vida”. Onze dias depois, anunciou sua filiação ao PV.
Em 16 de maio deste ano, Marina lançou sua pré-candidatura à Presidência e anunciou o empresário Guilherme Leal como seu vice. Em seu discurso durante encontro do PV em Nova Iguaçu (RJ), a senadora disse esperar que o país saia da próxima eleição com um novo “acordo social”, que integre avanços dos governos passados e aponte para uma economia de baixo carbono. Lembrou conquistas dos governos Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva, entre elas a estabilização econômica e a redução da pobreza.
E na festa de sua candidatura a presidência ela declamou essa poesia, escrita por ela:

“Do arco que empurra a flecha,
Quero a força que a dispara.
Da flecha que penetra o alvo
Quero a mira que o acerta.

Do alvo mirado
Quero o que o faz desejado.
Do desejo que busca o alvo
Quero o amor por razão.

Só assim não terei armas,
Só assim não farei guerras,
E assim fará sentido
Meu passar por esta terra.

Sou o arco, sou a flecha,
Sou o todo em metades,
Sou as partes que se mesclam
Nos propósitos e nas vontades.

Sou o arco por primeiro,
Sou a flecha por segundo,
Sou a flecha por primeiro,
Sou o arco por segundo.

Buscai o melhor de mim
E terás o melhor de mim.
Darei o melhor de mim
Onde precisar o mundo.”
(Marina Silva)

Fontes de Pesquisa:
Livro: Marina Silva - A Vida por Uma Causa
www.minhamarina.org.br

segunda-feira, 22 de novembro de 2010