quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

A "rua mais bonita do mundo" é brasileira e cheia de árvores



A Rua Gonçalo de Carvalho ganhou fama internacional pela internet. Após ser tema de publicações em dois blogs relacionados às árvores, ela ficou conhecida como a "rua mais bonita do mundo" e agora é ponto turístico para aqueles que visitam Porto Alegre.

Decretada Patrimônio Histórico, Cultural, Ecológico e Ambiental do município em junho de 2006, os seus quase 500 metros de túnel verde ficaram conhecidos não só pelas árvores, mas também pela ação dos moradores locais pela preservação.

Em 2005, quando uma empreiteira queria construir um estacionamento, trocar o paralelepípedo pelo asfalto e derrubar algumas árvores do local, moradores e adminiradores da rua se uniram para impedir o projeto.

Depois da mobilização, o caso foi para a justiça e a construtora desistiu do estacionamento. Pouco tempo depois a rua virou Patrimônio ambiental de Porto Alegre.

De acordo com o portal G1 de notícias, as imobiliárias não conseguem fazer um levamento sobre a valorização da Gonçalo de Carvalho desde que virou um patrimônio. As explicações chegam quase ao mesmo fim: não há quantidade considerável de ofertas na rua.

Os moradores são antigos e alguns até ajudaram a plantar, há mais de 70 anos, as árvores que hoje formam o túnel verde. As tipuanas, espécie maioria na Gonçalo, são altas, com galhos e folhas grandes, que se espalham no alto dos troncos. Eles proporcionam sombra no verão e claridade no inverno, quando praticamente todas as folhas caem.

O amor e respeito como são tratadas pelos moradores, fazem com que se dediquem a elas e se sintam atingidos quando alguém comete um ato de vandalismo. Uma das árvores já foi queimada e pichada, outra pregaram um aviso sobre lixo, mas nenhum sofreu tanto quanto a placa de identificação de Patrimônio Ambiental, que já foi recolocada três vezes.

Fonte: http://www.ecodesenvolvimento.org.br/posts/2012/fevereiro/a-rua-mais-bonita-do-mundo-e-brasileira-e-cheia-de

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

ALIMENTOS ORGÂNICOS

Alimentos orgânicos são aqueles que durante o cultivo não são utilizados agrotóxicos, fertilizantes, hormônios e respeitam aspectos sociais, ambientais e econômicos durante todo o processo. Estes, além de saudáveis, são mais saborosos e duram mais. Segundo informações retiradas do site www.prefiraorganicos.com.br, na agricultura orgânica não é permitido o uso de substâncias que coloquem em risco a saúde humana e o meio ambiente. Não são utilizados fertilizantes sintéticos solúveis, agrotóxicos e transgênicos.

A saúde do consumidor agradece, já que estes alimentos estão livres da presença de agrotóxicos e possuem maior concentração de nutrientes. A saúde do produtor também agradece, afinal, estes trabalhadores não entram em contato com substâncias tóxicas.

A prática da agricultura orgânica respeita o meio ambiente, os recursos naturais e o homem, pois valoriza a cultura das comunidades rurais.

Dica Sustentável:

  • · Evite o desperdício de água no preparo de alimentos. Evite também o desperdício de alimentos em geral.
  • · Aproveite sempre que possível o alimento de forma integral. Use criatividade nas receitas, utilize talos, cascas, folhas de produtos que também são ricos em vitaminas.
  • · O que não puder ser aproveitado encaminhe para compostagem, ou se possuir espaço em casa, faça você mesmo sua composteira (processo que transforma restos orgânicos em adubo).

Fonte http://www.prefiraorganicos.com.br/oquesao.aspx

domingo, 5 de dezembro de 2010

Os Nomes da Criança

É lamentável que seja a triste realidade da situação das crianças no nosso país que Cristovam Buarque descreve abaixo:
"Os esquimós têm diversos nomes para indicar a neve. Para eles, cada tipo de neve é uma coisa diferente de outro tipo. Para os povos da floresta, cada mato tem um nome específico. Os habitantes dos desertos têm nomes diferentes para dizer areia, conforme as características específicas que ela apresenta. Para conviver com seu meio ambiente, cada povo desenvolve sua cultura com palavras distintas para diferenciar as sutilezas do seu mundo. Quanto mais palavras distinguindo as coisas que a rodeiam, mais rica é a cultura de uma população.
Os brasileiros urbanos desenvolveram sua cultura criando nomes especiais para diferenciar o que, para outros povos, seria apenas uma criança.
Para poder circular com segurança nas ruas de suas cidades, os brasileiros do começo do século XXI têm maneiras diferentes para dizer criança. Não se trata dos sinônimos de antigamente para indicar a mesma coisa, como menino, guri, pirralho. Agora, cada nome indica uma sutil diferença no tipo de criança. O português falado no Brasil é certamente o mais rico e o mais imoral dos idiomas do mundo atual no que se refere à definição de criança. É um rico vocabulário que mostra a degradação moral de uma sociedade que trata suas crianças como se não fossem apenas crianças.
Menino-na-rua significa aquele que fica na rua em lugar de estar na escola, em casa, brincando ou estudando, mas tem uma casa para onde ir – diferenciado sutilmente dos meninos-de-rua, aqueles que não apenas estão na rua, mas moram nela, sem uma casa para onde voltar. Ao vê-los, um habitante das nossas cidades os distingue das demais crianças que ali estão apenas passeando.
Flanelinha é aquele que, nos estacionamentos ou nas esquinas, dribla os carros dos ricos com um frasco de água em uma mão e um pedaço de pano na outra, na tarefa de convencer o motorista a dar-lhe uma esmola em troca da rápida limpeza no vidro do veículo. São diferentes dos esquineiros, que tentam vender algum produto ou apenas pedem esmolas aos passageiros dos carros parados nos engarrafamentos. Ou dos meninos-de-água-na-boca, milhares de pobres crianças que carregam uma pequena caixa com chocolates, tentando vendê-los mas sem o direito de sentir o gosto do que carregam para os outros.
Prostituta-infantil já seria um genérico maldito para uma cultura que sentisse vergonha da realidade que retrata. Como se não bastasse, ainda tem suas sutis diferenças. Pode ser bezerrinha, ninfeta-de-praia, menina-da-noite, menino ou menina-de-programa ou michê, conforme o local onde faz ponto ou o gosto sexual do freguês que atende. E tem a palavra menina-paraguai, para indicar crianças que se prostituem por apenas um real e noventa e nove centavos, o mesmo preço das bugigangas que a globalização trouxe de contrabando, quase sempre daquele país. Ou menina-boneca, de tão jovem que é quando começa a se prostituir, ou porque seu primeiro pagamento é para comprar a primeira boneca que nunca ganhou de presente.Delinqüente, infrator, avião, pivete, trombadinha, menor, pixote: sete palavras para o conjunto da relação de nossas crianças com o crime. Cada qual com sua maldita sutileza, conforme o artigo do código penal que lhe cabe, a maneira como aborda suas vítimas, o crime ao qual se dedica...Podem também, no lugar de crianças, ser boys, engraxates, meninos-do-lixo, recicladores-infantis, de acordo com o trabalho que cada uma delas faz. Ainda tem filhos-da-safra, para indicar crianças deixadas para trás por pais que emigram todos os anos em busca de trabalho nos lugares onde há empregos para bóias-fria, nome que indica também a riqueza cultural do sutil vocabulário da maldita realidade social brasileira. Ou os pagãos-civis, vivendo sem registro que lhes indique a cidadania de suas curtas passagens pelo mundo, em um país que lhes nega não apenas o nome de criança, mas também a existência legal.
Como resumo de todos estes tristes verbetes, há também criança-triste: não se refere à tristeza que nasce de um brinquedo quebrado, de uma palmada ou reprimenda recebida, ou mesmo da perda de um ente querido. No Brasil há um tipo de criança que não apenas fica ou está triste, mas nasce e vive triste – seu primeiro choro mais parece um lamento pelo futuro que ainda não prevê do que um respiro no novo ar em que vai viver, quando pela primeira vez o recebe em seus diminutos pulmões.
Criança-triste, substantivo e não adjetivo, como um estado permanente de vida: esta talvez seja a maior das vergonhas do vocabulário da realidade social brasileira. Assim como a maior vergonha da realidade política é a falta de tristeza no coração de nossas autoridades diante da tristeza das crianças brasileiras, com as sutis diversidades refletidas no vocabulário que indica os nomes da criança.
A sociedade brasileira, em sua maldita apartação, foi obrigada a criar palavras que distinguem cada criança conforme sua classe, sua função, sua casta, seu crime. A cultura brasileira, medida pela riqueza de seu vocabulário, enriqueceu perversamente ao aumentar as palavras que indicam criança. Um dia, esta cultura vai se enriquecer criando nomes para os presidentes, governadores, prefeitos, políticos em geral que não sofrem, não ficam tristes, não percebem a vergonhosa tragédia de nosso vocabulário.
Quem sabe não será preciso que um dia chegue ao governo uma das crianças-tristes de hoje, para que o Brasil torne arcaicas as palavras que hoje enriquecem o triste vocabulário brasileiro e construa um dicionário onde criança... seja apenas criança." (Cristovam Buarque)

domingo, 28 de novembro de 2010

Marina Silva: A Vida por uma causa

Marina Osmarina Marina Silva de Lima, mais conhecida somente como Marina Silva, nasceu em 8 de fevereiro de 1958 no Seringal Bagaço, no Acre. Seus pais nordestinos tiveram 11 filhos, onde 3 deles morreram. A mãe de Marina morreu quando ela tinha apenas 15 anos e Marina levantava as 4 horas da manhã para preparar o café para o pai e para os irmãos irem colher o látex das seringueiras, que logo mais, era ela quem ia ajudar a família, buscá-lo também.
Na adolescência ela queria ser freira, e foi por esse sonho que ela decidiu ir aprender a ler e a escrever, aos 16 anos, porém com essa mesma idade ela contraiu hepatite, uma das três que ela viria a ter devido aos medicamentos que ela tomava para Malária, que eram muito fortes. Foi para tratar a hepatite que ela foi para a capital do Acre, Rio Branco, e lá começou a estudar e se dedicar a vida religiosa. Desse período que ela começou a se alfabetizar passaram-se 10 anos até ela se formar em História pela Universidade Federal do Acre e posteriormente fez uma pós graduação em Psicopedagogia.
Nessa época do Mobral, Marina se inscreveu em um curso de “Liderança Rural” e lá conheceu Chico Mendes. Passou a ter contato com as idéias da Teologia da Libertação e a participar das Comunidades Eclesiais de Base, ali ela percebeu que o Acre precisava dela e resolveu largar seu sonho de ser freira e a lutar pelos seringueiros.
Em 1984 ajudou a fundar a CUT (Central Única dos Trabalhadores) no Acre. Chico Mendes foi o primeiro coordenador da entidade e Marina a vice-coordenadora.
Filiada ao PT, Marina disputou seu primeiro cargo público, em 1986, ao concorrer uma vaga na Câmara dos Deputados. Ficou entre os cinco mais voltados, mas o partido não atingiu o quociente eleitoral mínimo exigido. Os sucessos eleitorais vieram dois anos mais tarde, ao se eleger vereadora, a mais votada em Rio Branco.
Em 1990 tornou-se deputada estadual, novamente com votação recorde. Em 1994, aos 36 anos, chegou a Brasília como a senadora mais jovem da história da República. Foi reeleita em 2002 com votação quase três vezes superior à anterior.
No Senado, foi a primeira voz a defender a importância de o governo assumir metas para redução das emissões de gases do efeito estufa. Em 2009, o Planalto anunciou, finalmente, a adoção dessas metas. Também cobrou do Executivo federal e do Congresso a inclusão da meta brasileira, com os percentuais para a redução das emissões de gases do efeito estufa até 2020, no Plano Nacional de Mudanças Climáticas, que seria aprovado e sancionado pelo presidente antes da realização da Conferência de Clima (COP15), em dezembro, em Copenhague.
No Ministério do Meio Ambiente, Marina Silva trabalhou por políticas estruturantes baseadas em quatro diretrizes básicas: 1) maior participação e controle social; 2) fortalecimento do sistema nacional de meio ambiente; 3) transversalidade nas ações de governo; 4) promoção do desenvolvimento sustentável.
No governo do presidente Lula, Marina buscou transformar a questão ambiental em uma política de governo, que quebrasse o tradicional isolamento da área. Foi assim que o governo passou a exigir, nos projetos hidrelétricos a serem leiloados, a obtenção da licença prévia para que a viabilidade ambiental dos empreendimentos fosse avaliada antes da concessão para a exploração privada. Também baseado nessa diretriz, o ministério, por intermédio do Ibama, passou a ser ouvido prioritariamente antes da licitação dos blocos de petróleo.
Em 13 de maio de 2008, pediu demissão do ministério. Em carta ao presidente Lula, afirmou que deixava o cargo por conta das dificuldades que enfrentava dentro do governo. “Esta difícil decisão, Sr. Presidente, decorre das dificuldades que tenho enfrentado há algum tempo para dar prosseguimento à agenda ambiental federal”, afirmava Marina, que voltou para o Senado.
Em 19 de agosto do ano passado deixou o PT. Em comunicado ao partido, manifestou seu desacordo com uma “concepção do desenvolvimento centrada no crescimento material a qualquer custo, com ganhos exacerbados para poucos e resultados perversos para a maioria, ao custo, principalmente para os mais pobres, da destruição de recursos naturais e da qualidade de vida”. Onze dias depois, anunciou sua filiação ao PV.
Em 16 de maio deste ano, Marina lançou sua pré-candidatura à Presidência e anunciou o empresário Guilherme Leal como seu vice. Em seu discurso durante encontro do PV em Nova Iguaçu (RJ), a senadora disse esperar que o país saia da próxima eleição com um novo “acordo social”, que integre avanços dos governos passados e aponte para uma economia de baixo carbono. Lembrou conquistas dos governos Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva, entre elas a estabilização econômica e a redução da pobreza.
E na festa de sua candidatura a presidência ela declamou essa poesia, escrita por ela:

“Do arco que empurra a flecha,
Quero a força que a dispara.
Da flecha que penetra o alvo
Quero a mira que o acerta.

Do alvo mirado
Quero o que o faz desejado.
Do desejo que busca o alvo
Quero o amor por razão.

Só assim não terei armas,
Só assim não farei guerras,
E assim fará sentido
Meu passar por esta terra.

Sou o arco, sou a flecha,
Sou o todo em metades,
Sou as partes que se mesclam
Nos propósitos e nas vontades.

Sou o arco por primeiro,
Sou a flecha por segundo,
Sou a flecha por primeiro,
Sou o arco por segundo.

Buscai o melhor de mim
E terás o melhor de mim.
Darei o melhor de mim
Onde precisar o mundo.”
(Marina Silva)

Fontes de Pesquisa:
Livro: Marina Silva - A Vida por Uma Causa
www.minhamarina.org.br

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Há escolas que são gaiolas. Há escolas que são asas

“Há escolas que são gaiolas. Há escolas que são asas."
"Escolas que são gaiolas existem para que os pássaros desaprendam a arte do vôo. Pássaros engaiolados são pássaros sob controle. Engaiolados, o seu dono pode levá-los para onde quiser. Pássaros engaiolados sempre têm um dono. Deixaram de ser pássaros. Porque a essência dos pássaros é o vôo.Escolas que são asas não amam pássaros engaiolados. O que elas amam são os pássaros em vôo. Existem para dar aos pássaros coragem para voar. Ensinar o vôo, isso elas não podem fazer, porque o vôo já nasce dentro dos pássaros. O vôo não pode ser ensinado. Só pode ser encorajado." Rubem Alves